Diz-me, como vão as coisas lá na minha terra Como está o verde dos pinhais da serra Se os pássaros cantam ao entardecer Diz-me, se o ribeiro ainda cintila ao passar Se os peixes se vêem no rio e no mar Se a água da fonte se pode beber Diz-me Não me digas que não é assim Não me digas que a fonte secou Que o ribeiro tão negro ficou Nem os peixes lá podem viver Não me digas que nada é assim E que as aves fugiram dos ninhos E nas silvas que há pelos caminhos As amoras não vão mais nascer Diz-me, como vão as coisas lá na minha aldeia Se ainda se canta ao findar da ceia Se ainda há histórias para ouvir contar Diz-me, se há pelos muros lilazes florindo Se ainda há o perfume das rosas abrindo Se ainda há rebanhos no prado a pastar Diz-me Não me digas que não é assim Não me digas que a fonte secou Que o ribeiro tão negro ficou Nem os peixes lá podem viver Não me digas que nada é assim E que as aves fugiram dos ninhos E nas silvas que há pelos caminhos As amoras não vão mais nascer Não me digas que nada é assim Não me digas que não é assim Não me digas que não é assim