Vou a galope perseguindo uma miragem
Esboçada ao fundo entre a poeira e o horizonte
Não sei se a vejo, essa miragem de miragem
Mas se abrandar perco a razão de andar a monte
Passo por estradas, desertos, desfiladeiros
Passo certeiro, passo num passo apressado
Passo por hóspede onde os outros chamam casa
Passo por casas, sendo sempre forasteiro
Não vou parar, não posso! E se me esqueço
Destes contornos que tento levar guardados?
E se me encanto, me embebedo e adormeço
E envelheço neste sítio conformado?
Não vou parar, não posso, não poderia!
Raiou o dia e até parto no silêncio
Haverá relva bem mais verde noutros campos
E estou tão certo que o engano me domina
Vou a galope perseguida por fobias
Há vários dias que as sei no meu encalço
Já não a vejo, esta fobia de fobias
Mas se abrandar esse descanso surge falso
Passo por pedras e montes, passo no escuro
Passo inseguro, passo num passo apressado
Passo em naufrágio pelas âncoras dos barcos
Passo em refúgios sempre em modo de batalha
Não vou parar, não posso! E se me apanham
Esses contornos que em mim levo guardados?
E se adormeço, envelheço e me encanto
Neste recanto que de simples me conquista?
Não vou parar, não posso, não poderia!
Raiou o dia e até parto na penumbra
Não se vislumbram cavaleiros da cobrança
Mas só na dança de fugir tenho o alívio
Talvez me chorem não por mais que algumas horas
Bato as esporas, já me lembro o que me move
Era a miragem da miragem da miragem
Velho fantasma que me leva a gente viva
Talvez me chorem não por mais do que um momento
Voltou o vento, já me lembro o seu prenúncio
Era a fobia da fobia das fobias
Velho fantasma que me leva a gente viva
Talvez me chorem por saberem ao que parto
Ou me agarrem por me verem cá no fundo
Esta fobia de não ter uma miragem
Velho fantasma que me leva todo o mundo
Esboçada ao fundo entre a poeira e o horizonte
Não sei se a vejo, essa miragem de miragem
Mas se abrandar perco a razão de andar a monte
Passo por estradas, desertos, desfiladeiros
Passo certeiro, passo num passo apressado
Passo por hóspede onde os outros chamam casa
Passo por casas, sendo sempre forasteiro
Não vou parar, não posso! E se me esqueço
Destes contornos que tento levar guardados?
E se me encanto, me embebedo e adormeço
E envelheço neste sítio conformado?
Não vou parar, não posso, não poderia!
Raiou o dia e até parto no silêncio
Haverá relva bem mais verde noutros campos
E estou tão certo que o engano me domina
Vou a galope perseguida por fobias
Há vários dias que as sei no meu encalço
Já não a vejo, esta fobia de fobias
Mas se abrandar esse descanso surge falso
Passo por pedras e montes, passo no escuro
Passo inseguro, passo num passo apressado
Passo em naufrágio pelas âncoras dos barcos
Passo em refúgios sempre em modo de batalha
Não vou parar, não posso! E se me apanham
Esses contornos que em mim levo guardados?
E se adormeço, envelheço e me encanto
Neste recanto que de simples me conquista?
Não vou parar, não posso, não poderia!
Raiou o dia e até parto na penumbra
Não se vislumbram cavaleiros da cobrança
Mas só na dança de fugir tenho o alívio
Talvez me chorem não por mais que algumas horas
Bato as esporas, já me lembro o que me move
Era a miragem da miragem da miragem
Velho fantasma que me leva a gente viva
Talvez me chorem não por mais do que um momento
Voltou o vento, já me lembro o seu prenúncio
Era a fobia da fobia das fobias
Velho fantasma que me leva a gente viva
Talvez me chorem por saberem ao que parto
Ou me agarrem por me verem cá no fundo
Esta fobia de não ter uma miragem
Velho fantasma que me leva todo o mundo
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