Saudade, eu te matei de fome Saudade, eu te matei de fome Saudade, eu te matei de fome Saudade, eu te matei de fome No fim da cacete, toda a cantiga volta pro inicio Por ouvi-la é um frete, mudar a faixa é sacrifício Para quê rir se te viram as costas, todos duvidam não dão beneficio Se até mesmo se o céu se ilumina, aquilo que brilha é fogo de artificio E o que eu vejo, é o teu queixo para baixo E os teus lábios nunca para cima Alegria nunca está em casa, a tristeza domina Por vezes não queremos, e do nada temos Ou queremos mas nunca encontramos As grandes coisas que perdemos Por pequenas coisas que ligamos E tu que brincavas, sonhavas com a paz Nadavas na guerra para traçar caminhos Ter uma casa com vista para o mar Virada para a serra para ouvir passarinhos Viver sem contar com a saudade Sem estar a contar que ela vem de fininho Porque nada é mais triste Que alguém contribuir para vivermos sozinhos Só quero mais tarde olhar para o meu sobrinho e dizer Que a saudade tambem nos faz falta Não entrar na bulha, entrar na batida Mesmo se a agulha te salta Sem muita pressa Mas sempre na altura exacta Aplicar tudo o que é raciocínio Porque está destinado e morremos na data E enquanto há quem espere que o tempo se acabe Não ficar deitado, de olho fechado À espera que mude O teu testamento é 'não gosto não quis Não cheguei a tempo Não fiz, não pude' Fazer pontaria para acertar no meio Não é num dos lados que está a virtude Ter toda a consciencia da gravidade Quem sente saudade, não sente saude Honrar a memoria e faze-lo com alma Nunca foi preciso fazer um mestrado Para manter a mente e o mundo na palma Quem cala consente, aquilo que sentes É muito evidente, eu sinto na fala Se esticas a mão para abrir uma porta Não podes chorar quando a mesma te entá-la Por vezes sentes saudades de quem não sente E tudo isso vira um ciclo E é quando tu tentas dar o teu passo em frente Que tu voltas para o triciclo Alturas em que embarcas com o subconsciente E pensas que cais no ridículo Por vezes sentes saudades de quem não sente E tudo isso vira um ciclo Saudade, eu te matei de fome Saudade, eu te matei de fome Saudade, eu te matei de fome Saudade, eu te matei de fome Às vezes eu sinto saudade de ver o meu bairro em actividade e alegria Nessa altura em que tu dizias que era só espigaria e só má onda Tenho saudade do tempo em que a tua cara não carregava essa mania Muita saudade de ver a amizade entre os bairros cá da zona Saudades do tempo de escola e de haver união Colegas com quem já não falo apenas por falta duma ligação Mas queres saber mesmo aquilo que eu sinto vaidade? Tenho orgulho daquilo que fomos Nada apaga aquilo que eu sinto saudade ♪ Teu rosto nunca me deu trégua Milagre seria não ver