Eu nasci na Mouraria E de saudades morreu Pequeno prédio gingão Donde via a procissão Espalhar fé, pelo caminho E toda a gente sentia Que as ruas da Mouraria Cheiravam a rosmaninho Naquela casinha morou a Severa no tempo passado E o alegrete, fidalgo que era vizinho do fado Mas em cada esquina um resto de outrora, a vida deixou E na capelinha mora uma senhora que não se mudou Eram ruas estreitinhas Grinaldas e janelinhas Á beirinha do telhado E a tal Rua dos Canos Era a Rua dos Enganos Morava ali o pecado Quando abria o vinho novo Esse champanhe do povo Que barulho e alegria Havia ramos de louro A anunciar o tesouro P'las tascas da Mouraria