Quatro paredes, silêncio É uma roseira em flor Num azulejo, uma quadra Que contava o nosso amor A velha colcha de renda Coberta dos teus abraços Foi tudo que me deixaste Na ausência dos teus passos Uma toalha bordada Estendida sobre a mesa Aquela imagem da virgem Deste copo de tristeza E as andorinhas de barro Nas paredes desse lar Que sentindo o nosso outono Partiram para sempre, aprenderam a voar Deixaste-me a vida parada E eu tão só nessa esperança adiada E eu tão só nesta berma da estrada Eu tão só (eu tão só) Deixaste-me essa tua imagem E eu tão só sem vontade ou coragem E eu tão só para seguir viagem E eu tão só Quatro palavras, dei a Deus De uns retratos do passado O desespero, esta dor Noite após noite, acordado O desejo de te ver De te amar à vontade Foi tudo o que me deixaste Perdido entre o meu travesseiro e a saudade Deixaste-me a vida parada E eu tão só nessa esperança adiada E eu tão só nesta berma da estrada Eu tão só (eu tão só) Deixaste-me essa tua imagem E eu tão só sem vontade ou coragem E eu tão só para seguir viagem E eu tão só (eu tão só) Deixaste-me a vida parada E eu tão só nessa esperança adiada E eu tão só nesta berma da estrada Eu tão só (eu tão só) Deixaste-me essa tua imagem E eu tão só sem vontade ou coragem E eu tão só para seguir viagem E eu tão só