Aquela velha mulher da Mouraria Que triste, pede esmola e canta o fado Baixinho sem saber quanto me feria Ouvi-la ter saudades do passado É tão mais triste o fado dessa gente Que a miséria da vida conheceu Tratei-a por senhora, reverente Em frente à dor do fado que é o seu Estas visões das ruas de Lisboa Que é tão bela, é tão pobre e foi tão nobre Que tem uma canção que nos magoa E toda uma saudade que não morre É triste por te amar ter de sofrer A tristeza que sinto por te olhar Lisboa minha terra por esquecer E que um dia, de novo, há-de acordar