Quando te vejo nascer nas asas da madrugada Dos ecos da solidão nos ombros da noite escura Vejo o teu amanhecer numa estrada iluminada E sinto o meu coração, e sinto a tua ternura Quando te vejo sorrir como se fosses antiga Ou talvez uma andorinha cansada de ver o mar Vejo o teu olhar surgir nos braços duma cantiga Cantiga que se avizinha aos cantos do meu cantar Quando te vejo partir como se fosses princesa Vestida de noite escura, despida de solidão Vejo a saudade a florir no jardim da incerteza E sinto a tua ternura, e sinto o teu coração Lisboa das madrugadas, gaivota dos meus amores Avenida da saudade, terreiro da minha paixão Janelas enfeitiçadas enfeitadas com mil flores E sinto a tua verdade, e sinto o teu coração