Quando eu canto o seu coração se abala Pois eu sou porta-voz da incoerência E desprezando seu gesto de clemência Sei que meu pensamento lhe atrapalha Eu cego o sol, seu cavalo de batalha E faço a lua brilhar no meio-dia E tempestade eu transformo em calmaria E dou um beijo no fio da navalha Pra dançar e cair nas suas malhas Gargalhando e sorrindo de agonia Se acaso eu chorar não se espante O meu riso e o meu choro não têm planos Eu canto a dor, o amor, o desengano E a tristeza infinita dos amantes É Don Quixote liberto de Cervantes Descobri que os moinhos são reais Entre feras, corujas e chacais Viro pedra no meio do caminho Viro rosa, vereda de espinhos Incendeio esses tempos glaciais Se acaso eu chorar não se espante O meu riso e o meu choro não têm planos Eu canto a dor, o amor, o desengano E a tristeza infinita dos amantes Don Quixote liberto de Cervantes Descobri que os moinhos são reais E entre feras, corujas e chacais Viro pedra no meio do caminho Viro rosa, vereda de espinhos Incendeio esses tempos glaciais