Eu vou contar pra vocês Pedaços da minha história Quero que fiquem sabendo Como estou vivendo agora Meu mundo é maravilhoso Cercado de fauna e flora Banhado pelo Rio Grande Onde as garças namoram As belezas que me atraem É um presente do papai Que me deu quando foi embora De manha quando eu levanto A beleza é um exagero Saio na porta do rancho E o que avisto primeiro São as águas do Rio Grande E os pássaros pantaneiros Do estadão de São Paulo Vejo o chão mineiro João-de-barro trabalhando E os bem-te-vis cantando Harmonizam o meu terreiro Lindas arvores centenárias Enfeitam meu paraíso Planto e colho pra comer Nunca tomei prejuízo Vivo com pouco dinheiro Mas nem de muito eu preciso Moro no rancho sozinho Mato a cobra tiro o guiso Quando as moças me visitam Minha casa fica bonita Mais eu não perco o juízo Raramente eu vou a vila Pra suprir minha dispensa Lá visito a capelinha E o santo da minha crença Por ter muita fé em Deus Eu não conheço doença No mato encontro de tudo Pra minha sobrevivência No meu mundo de beleza Convivo com a natureza Sinto de Deu a presença