Com minha junta de bois
Eu pego o rumo da estrada
Reconheço que sou velho
Estou no fim da jornada
Soberbo, vou resistindo
O transporte da pesada
Somente o implacável tempo
Vai forçar minha parada
Ê, ê, ê, boi, ê, ê, ê, boi
Meu avô era carreiro
O meu pai também já foi
A herança deles carrego
No velho carro de boi
Eu vou cumprir esta sina
De uma longa geração
Embora os tempos mudaram
Mas mantenho a tradição
Ê, ê, ê, boi, ê, ê, ê, boi
♪
Meu carro já carcomido
Simboliza um passado
Os seus cocôes ragem triste
Protestam muito magoados
Do progresso que destrói
Nossa estrada carreteira
O asfalto vai apagando
Todo o encanto da poeira
Ê, ê, ê, boi, ê, ê, ê, boi
Enquanto existir estrada
Que o carro possa rodar
Sou o último dos carreiros
Bravo herói a candear
Quando eu for pra eternidade
Este carro vai parar
A profissão de carreiro
Não tenho pra quem deixar
Ê, ê, ê, boi, ê, ê, ê, boi
Ê, ê, ê, boi, ê, ê, ê, boi
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