Zé simão era um menino pobre Era cego já de nascença Tinha ódio de ter pouca sorte E orgulho de não ter crença Filho adotivo de dona Rosa Cozinheira numa pensão Nêga véia tão corajosa E no peito só coração Ai ai ai, "oi lai" A gente quando é criança "oi lai" Não tem cor, é tudo irmão Toda noite lá no barraco Dona Rosa explicava ao Zé Que a sorte não ajuda "os fraco" E que o pobre tem que ter fé Mas enquanto Rosa rezava Pedindo a Deus solução O Zé só "escumungava" No inferno da escuridão Ai ai ai, "oi lai" Milagre não acontece, "oi lai" Sem ter fé e sem perdão! Na noite escura de agosto Quem sabe Deus cochilou Com o travesseiro assassino Zé, sua mãe sufocou A vida foi se apagando Voando num vagalume E dona Rosa morreu Sem reação, sem queixume! Ai ai ai, "oi lai" A Rosa depois que morre, "oi lai" Ainda dá o seu perfume Um doutor avisa o rapaz Melhor a gente correr Que os olhos da dona Rosa Ela doou à você Zé Simão agora já enxerga Pode até caminhar sozinho Mas jamais chegará ao céu Só ela sabia o caminho Mas jamais chegará ao céu Só ela sabia o caminho Ai ai ai, "oi lai" A Rosa que adota um filho "oi lai" É Rosa que não tem espinho! Ai ai ai, "oi lai" A Rosa que adota um filho "oi lai" É rosa que não tem espinho! Obrigado Moacir Franco