Dois irmão de muita fibra Da família despedia A fim de ganhar dinheiro Pro sertão os dois seguia No sertão do Amazonas Onde a justiça não ia Lugar que um filho distante Chorava e o pai não via A lei daquele sertão Era ordem do patrão Só bala que resolvia ♪ Lá naquele fim de mundo O trabalhador sofria Igualzinho um cão sem dono A cor da nota não via Quem falava em dinheiro Só bala que recebia Os capanga da fazenda Deste jeito respondia Aqui a bala domina A boca da carabina É a nossa tesouraria ♪ Os dois irmão de coragem Um para o outro dizia Mais vale quem Deus ajuda Todo santo tem seu dia Só Deus e nossa coragem É a nossa garantia Entramos numa trucada Vamos jogar sem mania O capital dos dois mano Era sangue de Baiano Na veia dos dois fervia ♪ Os dois irmãos combinados Dois anos ali vivia Com um sorriso nos lábios Mas por dentro remoía Foi feito um grande levante Os dois irmãos dirigia Pegaram o capanga à unha Na raça e na valentia Naquele mundo esquecido Pra quem já estava perdido Qualquer negócio servia ♪ Virou uma praça de guerra Foi só bala que tinia Trabalhadores venceram A escravidão caía Receberam o seu dinheiro Patrão pagou o que devia Cada um seguiu seu rumo Levando Deus como guia Acabou a escravidão Quem pôs a lei no sertão Foi dois filhos da Bahia