Certo dia, andando sozinho Buscando carinho, me apareceu Uma dama de rosto cansado De pranto molhado, me ofereceu Se eu queria lhe fazer amor Mas seu pranto de dor Foi me condenando Percebi naquele instante Que não era uma mulher errante Perguntei porque estava chorando Me olhando tão amargurada Sofrendo magoada, me disse também Amigo, me encontro perdida A gente na vida, só vale o que tem E a vida, pra mim, não tem preço Por isso, padeço amarguradamente Meu filho está quase morto Por isso, estou vendendo meu corpo Pra salvar a vida de um inocente Senti vergonha de ser homem Diante daquela mulher infeliz Lhe dei o que precisava Beijou minhas mãos, mas seu corpo, eu não quis Encontrei-a depois de alguns dias Alegre, contente, me abraçou Trazendo nos braços, um lindo menino E entre abraços me disse sorrindo Esta é a criança que você salvou A vida tem seus dissabores Sorrisos e dores, amor e paixão Nos momentos que a gente alucina Deus nos ilumina e estende suas mãos