Montado no lombo da louca saudade Deixei a cidade, voltei pro sertão Fui ver minha casa na velha fazenda O rancho, a moenda, o velho galpão Cheguei de mansinho olhando pros lados Meus olhos molhados de tanta emoção Passei a cerquinha de arame farpado O angico encorpado me olhou do espigão ♪ Na porta do rancho, bem rente à soleira Esbarrei na roseira, levei um arranhão A linda roseira de rosas vermelhas Puxava a orelha do filho fujão Passei a saleta e fui pra cozinha No canto ainda tinha o velho fogão Olhei pra parede, meus olhos pararam E meus pés ficaram pregados no chão ♪ Revi na parede um rosto traçado Que há tempos passado eu fiz de carvão O tempo e a chuva molhou o reboque E fez o retoque com tal perfeição Me fez eu criança envolto na manta No colo da santa seguro em suas mãos Seus olhos estavam radiantes de brilho Segurando o filho e dando a bênção Fechei os meus olho, rezei para ela Pintada na tela da minha ilusão Mãezinha querida, meu grande tesouro Você é de ouro e não de carvão No mundo onde ando de loucas estradas Eu sei, não sou nada sem sua proteção