Na guerra Naquelas forte metralha Na encarniçada batalha Muitos homens vão tombando É nesta mesma guerra Bem longe de sua Terra Que um pracinha está lutando E no campo de perigo Não temia o inimigo O pracinha ia avançando Ao passar numa trincheira Uma bala certeira Atinge o pobre pracinha E caído no capim Compreende que é seu fim E lembra de sua mãezinha Com fervor e muita fé Num pedaço de papel Foi escrevendo essas linhas Todas cartas até agora Que eu escrevi pra senhora Levou somente alegria Ao escrever que beleza Não pensava que a tristeza Lhe magoasse um certo dia Mas veja só minha sorte Eu vim encontrar com a morte Não tenho mais serventia Sim mãezinha estou deitado Por uma bala varado Eu sei que me vou agora Mas com meu amor profundo Não quero ir pro outro mundo Sem despedir da senhora Vai meu ultimo abraço Por causa de um balaço Deste mundo eu vou embora Minha mão está a tremer Não posso mais escrever Adeus minha mãe querida Aqui será o meu enterro Perdoai todos meus erros Se eu a magoei na vida Os meus colegas me chamam Minhas lágrimas derramam É a minha despedida Vejo um caminho estreitinho Todo cercado de espinho Parece o raiar na aurora Vejo uma nuvem e um véu Se eu chegar até no céu Bem lá no reino da glória Pedirei neste segundo Um lugar pras mães do mundo Junto com Nossa Senhora