Assim começa o surungo, mesclando fumaça e poeira Porta do quarto entupida e a muierada' em fileira Branca, morena e mulata, casada, viúva e solteira Loucas pra frouxar o garrão num manquejar de vaneira E nisso se ouve um grito: Indiada, vocês me ouça Dá uma folguita pros velho e saiam de riba das moça ♪ Feito de cinza e cupim o chão batido da sala Piso bom igual aquele granfino nenhum iguala Santuário da tradição da xucra raça baguala Parede de pau-a-pique, guincha furada de bala E nisso se ouve um grito: Indiada, vocês me ouça Dá uma folguita pros velho e saiam de riba das moça ♪ À meia-noite uma polca das damas pro arremate Pra ver quem gosta de quem o verso faz o combate Depois vão lá pra cozinha pra descansar o alcatre Comer feijão e mexido e guerrudo com chá de mate E nisso se ouve um grito: Indiada, vocês me ouça Dá uma folguita pros velho e saiam de riba das moça ♪ E quando o 'zóio da Lua vem me bombear neste rancho Na cordeona duas falas, uma vaneira, um remancho Raiz de cerne pampeano, no qual no tronco me arrancho No lombo do verso xucro com capricho eu me desmancho E nisso se ouve um grito: Indiada, vocês me ouça Dá uma folguita pros velho e saiam de riba das moça ♪ E assim num bater de queixo se guasqueia um contrapasso Desses de torrar a badana numa tarde de mormaço E o chinaredo se gruda igual pepino no baraço Vão empurrando as paleta e retovando o espinhaço E nisso se ouve um grito: Indiada, vocês me ouça Dá uma folguita pros velho e saiam de riba das moça