Quero ir na minha terra Quero matar a saudade Quero ver o que eu não vejo Aqui dentro da cidade Quero demorar bastante Ficar lá o mês inteiro Quero fazer toda lida Que eu fazia de primeiro Quero domar potro xucro Que a muito tempo eu não domo Tomar um mate a meu gosto Que há muito tempo eu não tomo Tomar um mate a meu gosto Que há muito tempo eu não tomo (Comer as frutas silvestres da mata da estância Plantadas por mão do mestre que comi na minha infância Eu quero fazer de tudo se der certo o que desejo Eu quero encerrar as vacas tirar leite fazer queijo Fazer um laço de doze se esparramar no espaço E serrar nas guampas do bicho pra mostrar que braço é braço) ♪ Quero camperiar bastante Num lombo de bons cavalos Carpir bastante de enxada Para as mãos criarem calos Arrastar pipa de água Na chincha do meu petiço Para lembrar minha infância E o meu primeiro serviço Quero arranjar um gaiteiro E fazer um baile animado Pra provar que eu sou herdeiro Da herança do passado Pra provar que eu sou herdeiro Da herança do passado ♪ Lavrar a terra sem trator Pegar no rabo do arado Pra o bem da musculatura Cortar lenha de machado E levar um retratista Pra bater fotografia E provar pros meus amigos De tudo que eu lá fazia Vou fazer acreditar Quem nunca me acreditou E outros ficarão sabendo Quem eu era e quem eu sou E outros ficarão sabendo Quem eu era e quem eu sou