Vou contar de uma bailanta que existiu no meu pontão Indiada do queixo roxo que nunca frouxou o garrão Vinho curtido em barril e cachaça de borrachão ♪ Os gaiteiros que eram buenos davam a mostra do pano O Carlito e o Dezidério, o Felício e o Bibiano Cambiando com o Juvenal num velho estilo 'pampeano ♪ Dona China passou ruge E ajeitou bem o cocó Cruzou o jaguapassô lavou os pés no jaguassengó Na bailanta do tibúrcio balanceava o mocotó ♪ Lembranças que são relíquias dos meus tempos de guri Os pares todos bailando, cousa mais linda eu não vi Um agarrado no outro pra mode de não cair ♪ E lá pela madrugada bem na hora do café Dom Tibúrcio mestre sala gritava batendo o pé Agora levanta os home' para comer as 'muié Opa, opa será que eu ouvi direito? Calma, companheiro, que eu já repito o verso E lá pela madrugada bem na hora do café Dom Tibúrcio mestre sala gritava batendo o pé Agora levanta os home' para comer as 'muié Ha-ha, entendi Tem que da boia pras 'muié também, tchê? Isto companheiro Milho assado era o catete plantado de saraquá Feijão-preto debulhado a bordoada de manguá Boia melhor do essa, lhes garanto que não há ♪ É lá no velho pontão linda terra de fartura Queijo, ambrosia e melado, bolo frito e rapadura Batata deste tamanho e mandioca desta grossura ♪ Mas que tempo aquele tempo que se vivia feliz Só a saudade restou lá no garrão do país Da bailanta, do tibúrcio vertente, cerne e raiz