A noite turva era um breu
A lua estava em férias do infinito
Somente sobre os tentos de um catre vazio
Dava corda no relógio um grilito
Uma coruja chia espantando os cavalos
A cachorrada uiva quebrando o silêncio
E uma pulga chega pedindo pousada
Acampada nos pelegos do Terêncio
Sou caseiro, casereando, casereiro
Nos ranchos das fazendas onde ande
Sou feliz por ter nascido aqui no sul
E fazer parte desse querido Rio Grande
Sou caseiro, casereando, casereiro
Nos ranchos, nas fazendas onde ande
Sou feliz por ter nascido aqui no sul
E fazer parte desse querido Rio Grande
Me reviro, perco sono e vou pensando
Em tesouros, causos de assombração
Um galo canta, se dormiu, não sei se ouviu
Um pingo baio relinchando no galpão
Vou tirar leite, a vaca estranha e senta as patas
Galinha e porco, reclamando seu quinhão
Pego o sogueiro e dou um jeito na recolhida
Nem tive tempo de tomar meu chimarrão
Sou caseiro, casereando, casereiro
Nos ranchos, nas fazendas onde ande
Sou feliz por ter nascido aqui no sul
E fazer parte desse querido Rio Grande
Sou caseiro, casereando, casereiro
Nos ranchos, nas fazendas onde ande
Sou feliz por ter nascido aqui no sul
E fazer parte desse querido Rio Grande
Conto nos dedos quantos dias ainda faltam
Pra sair do compromisso e da rotina
Comer comida feita por mão de mulher
E ir pro povo me encontrar com alguma china
Tomar um trago, parceiro do índio vago
Dar uma bailada nas bailantas da costeira
Contar ao patrão que aqui tá tudo bem
Se for preciso eu casereio a vida inteira
Sou caseiro, casereando, casereiro
Nos ranchos, nas fazendas onde ande
Sou feliz por ter nascido aqui no sul
E fazer parte desse querido Rio Grande
Sou caseiro, casereando, casereiro
Nos ranchos, nas fazendas onde ande
Sou feliz por ter nascido aqui no sul
E fazer parte desse querido Rio Grande
♪
Sou caseiro, se for preciso casereio a vida inteira
Nos ranchos, nas fazendas onde ande
Sou feliz por ter nascido aqui no sul
E fazer parte desse querido Rio Grande