Êêêê... Sei que o Nordestino sofre, Com seu torrão ressecado Sofre com fome e com sede É da semente e seu gado Muito se acha infeliz Vai para o Sul do país Pra viver escravizado O nordestino, coitado Que sai lá do seu torrão Pernambuco, Paraíba Ceará ou Maranhão Em Brasília, Rio, Sao Paulo E o frio a matá-lo É triste a situação. Quando chega lá no Sul Sem ter aonde morar Sem emprego, sem patrão Mal pode se alimentar Pensa no seu natural Sem ter no bolso um real Muitos se acabam por lá Quando vê um conterrâneo Do lugar que ele nasceu Vai logo se aproximando Perguntando pelo seus Até dá remorso nele Quando alguem fala pra ele Que seu parente morreu Quando ele escuta uma música Forrótuabas de amor Ou algumas vaquejadas De Galego Aboiador Aí é grande o desgosto As mágoas banham seu rosto Seu peito geme de dor Aqueles que se nao dem As vezes quer se enricar Se acostumar no Sul, Nao quer mais voltar de lá Mais o que é patriota Quando ele arranja uma nota Vem morrer no seu lugar O Nordestino em São Paulo É o maior sofredor Sai de casa sem café Nas estações do metrô Sofrendo todo o momento É triste o padecimento De quem é trabalhador Espera o que Deus do Céu Com seus poderes divinos Cubra com seu santo manto Livrando dos assasinos Dando saúde, empregos Vida longa e bons sussegos Aos meus irmãos nordestinos Ôôôôôiêêêêêê. Letra escrita nesse site por Ítalo David Farias Mendes.