Êta vaqueiro ruim de pista, esse vaqueiro Êta cavalo ruim de gado, esse cavalo Não sei quem é o pior dos dois Toda vez é zero boi Pois quem cai é o vaqueiro Quando o boi sai do jiquí O vaqueiro sai coladinho Mas com frei de mão puxado E o locutor reclamando Não é pra tanger o boi É pra derrubar o gado E o boi atravessa a linda E atrás de duas murrinhas Tirando a terra do dos zói Pois ficaram na poeira E o boi saiu na carreira Esse vaqueiro é ruim que dói Esse vaqueiro é ruim que dói Esse vaqueiro é ruim que dói Esse cavalo é ruim que dói Esses dois são ruim que dói E parte pra última senha e vai dizendo Esse boi vou derrubar Mas o povo sai tangendo E o cavalo gemendo Nunca vai acompanhar E lá da arquibancada, tome vaia Só escuta um grito só Larga disso camarada Quer brincar de vaquejada Faça uma pra tu só Esse vaqueiro é ruim que dói Esse vaqueiro é ruim que dói Esse cavalo é ruim que dói Esses dois são ruim que dói Bota pegado parêa, bote Bota pegado parêa, bote Bota pegado parêa Não deixe esse boi em pé Bota pegado parêa, bote Bota pegado parêa Que nem tirador de côco Com as duas mãos e os dois pés Me acordei bem cedinho Com o rádio sintonizado O locutor por trás recitava Poesias e vida de gado Cada poema trazia tristeza e felicidade Arroxe o nó, meu filho Vamos acordar a cidade Com baião, xote e forró De primeira qualidade Era virtude, defeito Era vaqueiro aboiando E cada verso doía Deixando o peito sangrando Vida de gado é assim O sangue some nas veias Cavalo bom e arisco Nunca precisa de peia Vaqueiro bom não desmonta Pra descansar, não há peia Quando o boi sai do jiquí Bota pegado parêa Bota pegado parêa, bote Bota pegado parêa, bote Bota pegado parêa Não deixe esse boi em pé Bota pegado parêa, bote Bota pegado parêa Que nem tirador de côco Com as duas mãos e os dois pés Já vinha a tarde caindo Quando cheguei do trabalho De novo o rádio zunindo Cavalo, vaqueiro e gado E o locutor já dizia Já falou numa buchada Um tira-gosto apropriado Pra dá umas beiçadas Mas não pode ficar bêbado O animal bravo dá coices Vi vaqueiro mais melado que espinhaço de pão doce Vida de gado é assim O sangue some nas veias