Aquela casa De parede barreada Lá na beira da estrada Já não tem mais morador Há quanto tempo Ela está abandonada Uma tapera largada Poucos sabe seu valor Sabe seu moço Quem morava dentro dela Levando a vida singela Era um roceiro feliz Saindo cedo Pros caminhos do roçado Hoje conto seu passado Assim o destino quis ♪ Faz muito tempo O dia certo não lembro Mas foi num mês de setembro Em uma tarde de Sol A codorninha Piava lá na paiada E a poeira avermelhada Rodava em caracol Lá na baixada As batida da porteira Na estrada boiadera Ecoava o chapadão E aquele moço Começava uma viagem Levando fé e coragem Em cima de um caminhão ♪ Trocando a vida Do sertão por uma cidade Obrigando a vontade O matuto despediu Deixou no rancho Seus costume de caboclo Pensando ter muito pouco Naquela beira de rio Tem certas coisas Que se passa com a gente Quando muda de repente Na sorte que Deus nos deu Sabe seu moço Esse mundo é uma escola A enxada é uma viola E o roceiro sou eu