A garça agora voou se foi Que parecia um planador E num corixo eu lavei meus pés De camalote navegador Quando o fundão do mato se amorenou Então se ouviu o canto do zabelê E tudo tem a ver com o pôr-do-sol Que é quando se estende a rede em dois pé-de-pau E a noite vem pelo Pantanal Quando o dia desativou A noite disse agora eu sou E veio toda com seu andor De lua nova cheia de amor Noite, suave noite dos sonhos meus Noite, mãe sigilosa do pererê Noite que a todos têm porque não se vê A mesma noite infinita, noite astral Amanhecendo pelo Pantanal ♪ Quando o sol brilhou Pousou uma borboleta no meu chapéu Só uma estrela sobrou no céu Azul cintilante, um azul sem véu Dia de tudo ter ou de nada ter Desde cedinho horas pra se viver Dia para plantar Dia pra colher O mesmo dia de sempre O velho sol Se esparramando pelo Pantanal