Começou com uma semente Que caiu despretensiosamente Num canto sujo e mofado Nunca visto e nem pisado Veio a chuva e o sol Veio enchente e secura Abundância e escassez Filosofia e loucura E o quintal que tinha festa Logo se fez numa floresta Não recebe mais ninguém Só se ouve o réquiem Não se aperreie não E me traga já, a minha pá Minha enxada e meu ancinho Quando tiver tudo arrumado Não te sentirás sozinho Deixa eu carpir o teu quintal Fazer um caminho de pedra bem bonito pra você passear E um banco na beira do rio Pra gente beber e cantar Seu jardineiro E o galho sem vida e seco Tá bem cheio de fulô E o sorriso que era escasso Logo se escancarou E o pé seco e rachado Cansado de tanto andar Ao pisar na grama verde Logo se pôs a saltar Se a luz faltar um dia E o céu se anuviar Ficar cinza e opaco Não se esqueça É só chamar Não se aperreie não E me traga já, a minha pá Minha enxada e meu ancinho Quando tiver tudo arrumado Não te sentirás sozinho Deixa eu carpir o teu quintal Fazer um caminho de pedra bem bonito Pra você passear E um banco na beira do rio Pra gente beber e cantar Deixa eu carpir o teu quintal Fazer um caminho de pedra bem bonito Pra você passear E um banco na beira do rio Pra gente beber e cantar ♪ Seu jardineiro