É mas eu nunca vi o Sertão E você que viu não sabe O Sertão é do lado de dentro irmão E bate, e queima, e arde e tem miragem Mulher virando bicho Bicho virando homem Homem virando criança Criança virando flor Diadorim de amar de amo Diadorim a dor adianda Diadorim de amar de amo Diadorim dia dá. Eu sou a que te transborda A que te transborda Além das duras bordas das palavras Você se alastra além das praias Dunas e penedos, você se alastra Além da tímida imaginação Dos outros, você se alastra Mulher virando bicho Bicho virando homem Homem virando criança Criança virando flor Se num instante me invadisse a paisagem, de assalto Possuísse no céu em meu nome Num corpo só Se me tornasse o deserto sobre toda a memória E desbotasse tudo, as pegadas, feito as palavras Feito as palavras, ainda assim, estaria ela Alma de mulher que eu não via a espreita Como no cio, os olhos parados na estrada a espera É quando o abandono acima do esquecimento Agora eu sei, ela tinha amor em mim Diadorim de amar de amo Diadorim a dor adianda Diadorim de amar de amo Diadorim dia dá.