Se é por inteiro a vida aqui Há de haver também saudade e dor Navegando além de um mar daquelas flores Vou morrer de frio e de calor Encarar de frente quem eu sou Rapaz covarde da vida medíocre, eu Cheio de vício e de medo e de sonho e só Em queda livre, me escoro em que vejo Minha lista de desejos que já sei de cor O mesmo papo e sempre o mesmo erro Trava o ciático, a idade bate Rebate em dores que rebate em partes que Juntando tudo não sobra metade Raiva de adolescente, anticapitalista O foda-se apertado me faz anarquista? Na ilusão dessa militância fútil Onde me sinto útil sendo um egoísta Vendo os meus irmão de luta tropeçando em ego Vejo eles pisando em prego da própria vaidade Vejo força de vontade em algo não concreto Vejo o discurso correto, não vejo verdade Me identifico com quem é assim Limitado e fraco, preguiçoso e... Só tenho amigo assim que se julga impotente Empurrando com a barriga a vida deprimente Do pó que vim, dele me reconheço Água de jarro ou de chuva resulta em barro, mas... Esforço é vão de cada chão que varro e faz De um novo passo um velho recomeço Do pó que vim, dele me reconheço Água de jarro ou de chuva resulta em barro, mas... Esforço é vão de cada chão que varro e faz De um novo passo um velho recomeço E se eu desistir mais uma, que fique a sujeira Tateando o rastro, me lava a poeira Nessa terra de reis, só me cabe a cegueira De sua bandeira, o mastro faz nossa trincheira ♪ Se é por inteiro a vida aqui Há de haver também saudade e dor Navegando além de um mar daquelas flores Vou morrer de frio e de calor Encarar de frente quem eu sou É pé no chão da estrada da rotina O espiritual nessa toada urbana Meus mano, minhas mana, e por que não minha mina? Entre sons vão amarrando o enredo da semana Clebão me conta das treta com a ex As dores do divórcio e do fim do amor Beck fala de quanto é ruim ter que trampar no banco Diz que tirou o time de campo pra se recompor Nirto resenha e cita Zamorano Conta que no chão da firma é só patrão quem ri Branco relembra que ainda vai dar certo E comenta como é bom às vezes desistir Arbusto sobe lá no palco e ensina Vestido de palhaço, o quanto a vida é rara Birão faz breja em casa e rap quando pode Vag faz pagode e Uber com riso na cara Alberto luta contra o vício, é treta Porém mais treta é ele por não se entregar O sistema abusa, o trabalho explora Mas ele não via a hora de voltar a trampar Dona Fabiana chora o filho preso Celebra o filho solto e agradece ao céu A vida vai mostrando que não tem segredo Paulinho diz quanto é difícil criar Gabriel Do pó que vim, dele me reconheço Água de jarro ou de chuva resulta em barro, mas... Esforço é vão de cada chão que varro e faz De um novo passo um velho recomeço Do pó que vim, dele me reconheço Água de jarro ou de chuva resulta em barro, mas... Esforço é vão de cada chão que varro e faz De um novo passo um velho recomeço E se eu desistir mais uma, que fique a sujeira Tateando o rastro, me lava a poeira Nessa terra de reis, só me cabe a cegueira De sua bandeira, o mastro faz nossa trincheira