Conheci um rapazinho, Honrado e trabalhador Foi nascido e foi criado Numa vila do interior Veio para a capital Estudar pra ser doutor Levado por maus amigos Deu um grande jogador Deixando o estudo e o trabalho Com as cartas do baralho Ganhou riqueza e valor Casou com uma moça rica Redobrou sua alegria Na sua rica mansão Felicidade existia Dominado pelo vício Toda noite ele saía No cassino onde jogava Só ganhava e não perdia Enquanto o tempo Passava sua riqueza aumentava Do jogo não desistia Mas tudo que vem No mundo traz sua sina marcada Numa noite ele jogou Sua última parada Se perdia uma partida A outra era dobrada Foi jogando e foi perdendo Chegou a ficar sem nada Numa última defesa, Pois a aliança na mesa Jogou a mulher amada Sua esposa quando soube O que tinha acontecido Pra não se entregar a outro Que não era seu marido Foi se embora pelo mundo Com o coração ferido Quem ganhou não leva ela, Mas o lar foi destruído O jogador em desespero Sem mulher e sem dinheiro Transformou-se num perdido Aquela rica mansão Era igual um céu aberto Hoje está tão solitária Só tem tristeza por perto O jogo dá e também tira É um ditado muito certo Aos amigos do baralho Nesses versos eu alerto Que ninguém é invencível Parece que por incrível Sempre tem um mais esperto