Eu sonhei que o mar me engolia, me tirava o ar Experimentei uma paz De ver que eu não iria mais voltar Eu vi que o céu é só mais uma ilusão Escrevi num papel, pra me lembrar ao fim do furacão Precisei voar pra bem longe só pra ver Serei sempre eu, as palavras E o resto é nada mais Serei sempre eu, as memórias E o resto é nada mais Eu tentei pintar na minha cara um sorriso igual Aquele que, eu sei, está lá Num grão de areia entre as Mostardas e o Pinhal Eu vi que o céu me atrai bem mais que o chão Mas é tão cruel contemplar sozinho a imensidão Queria alguém pro universo observar Seríamos eu, você, e o resto é nada mais Queria, por um dia, conseguir mudar Deixar de ser errante, por um dia, não andar Eu tenho uma ferida de cada lugar Em que deixei guardada a solidão E é por isso que eu digo que eu não sei lidar É muito mais do que meu peito pode suportar Não quero sonhos com hora marcada pra acabar Prefiro essas histórias imperfeitas pra contar Será que há alguém pra me ouvir e me fazer mudar? Será que há alguém por aí?