Gota a gota a diligência é instilada No olhar e transparece Vulnerabilidade iminente a alma agora sensível Desse regato, novas compreensões florescem E a apatia não parece ser possível Quão complexas são as razões de Ser dos nossos laços? E a ambivalência que eles carregam? No sopro do tempo criação e destruição se lançam Com vigor adornamos a realidade pra não encarar O desamparo que a sua nudez revela Ao longo da margem Semblantes amargos compõem o retrato Nas malícias da vantagem Esboços a desabrochar são enterrados Sobre a paisagem, a morte se antecipa em sua dança Existência reduzida a linha de produção As carcaças marcham com o rosto Afundado nas mãos Sem amor Empilhando a dor A ilusão da completude mediada pelos meios digitais É absorvida pelas fendas que fazemos de abrigo Sob a luz do progresso se atualiza A negação dos prazeres carnais Ao longo da margem Semblantes amargos compõem o retrato Nas malícias da vantagem Esboços a desabrochar são enterrados A morte é o motivo pelo qual corre a vida Nas ruas amorfas de cheiros estranhos Ela segue a passos largos Mas quando vazia de sentido, pode encontrar Nesses braços gelados seu alívio Pra longe desse lugar