É Então Essa semana Sei lá Mesma coisa, tá ligado? E a real é que eu já quis sumir E muitas vezes no sentido literal Elogio é dizer que tô mal Já nem lembro mais onde que tá a fonte, a causa Não me sinto pertencente a lugar nenhum Como se eu nunca fosse sair dessa ponte, que náusea E eu nem sei como deixei as coisas chegarem até aqui Eu só queria uma pausa E a verdade é que eu me sinto uma mentira Sozinha, embutida em cada linha E a pior parte é que eu nunca sei diferenciar Quando meus atos são de aproximação Ou só uma maquiagem minha Eu odeio quando dizem que eu tenho tudo que eu preciso Pois não me sinto tendo nada Mas aquela fé e tudo que mais importa pra mim era Uma espiritualidade alugada Moldada pra agradar quem tava ao meu redor Mesmo que isso custe me deixar no pó, e eu me culpo Eu finjo tanto que não ligo pra opinião dos outros Mas, olha só, eu me preocupo E eu me sinto numa prisão Entre fazer o que eu acho que eu devo E fazer o que eu quero Mas eu temo que tenha veneno em meu querer E a outra opção me impede de ser sincero Desculpa se eu não atendi suas expectativas Mesmo sabendo que elas fui eu que criei E o meu falso senso de justiça fez da frustração O caminho mais fácil sempre que eu falhei E eu não consigo dar pra minha vida uma direção E deixar que esses demônios gritem Eu tenho medo de ter feito as escolhas erradas, mas Hoje eu nem sei se as escolhas certas existem Mano, eu tô preso num campo minado Em terra que cada escolha é explosiva Sem perspectiva E parece que toda decisão reforça o meu padrão de esquiva Eu tenho andado tão ansioso Tenho andado tão doente, instável Sobreviver a cada dia é uma equação Onde meu relacionamento com Deus é tão variável, e eu Não consigo mais fingir que eu quero tá aqui Eu não consigo mais fingir que eu me interesso Eu não consigo mais fingir que eu tô feliz Eu não consigo mais fingir que eu não me estresso Mano, e isso não estanca, não é normal Eu preciso de ajuda, na moral O salário do pecado é a morte Mas não quero que o preço da vida seja a saúde emocional E Deus, eu preciso de uma resposta E eu nem sei qual a pergunta exata, não O fato é que tua voz me deu vida Mas esse silêncio me mata, o silêncio me mata E com esse orgulho que eu cultivei Olhei pra ti e projetei Essa minha tendência de abandonar as coisas Que eu acho que não dão mais certo E por isso que eu me abandonei Eu nem sei quando se tornou imaturidade Só fui deixando as coisas pela metade E assim eu fui nutrindo meu pavor de assumir Novas responsabilidades, mano E é nessas horas que eu percebo Que eu me afogo nos pesadelos que eu mesmo concebo E pior do que ser o próprio veneno É notar que a minha vida é uma placebo, ah! E eu me lembro que eu sou filho pródigo Cansado, e que vez ou outra ainda me entrego Ninguém te conta o que acontece Se ele for embora uma segunda vez E se na volta ele for cego? E eu não sinto que eu posso me abrir com mais ninguém Eles não entenderiam essa cicatriz Uma metade não arriscaria o que eu já arrisquei E a outra não faria os sacrifícios que eu fiz Mas eu preciso parar de romantizar Toda doença que alimenta esse fogo Eu ainda não superei o fato que tem outras coisas Além da minha vida em jogo A questão nunca foi só se o caminho te leva Mas se ele te prepara E foi assim que eu fui buscando alternativas em Atitudes Ismael pra um coração que não sara Eu vivo num Saara, procurando válvulas de escape Se não a vida vai se tornando impraticável Mas se o abrigo da minha fuga tem sido o pecado Eu devo tá criando um coração inabitável É lamentável nem saber como eu me mantive Vira uma bola de neve num declive Cai a ficha, e toda noite eu vou dormir com a impressão De que tá tudo fora de um controle que eu nunca tive De vez em quando eu troco ideia com Davi Pra derrubar os meus gigantes nessa condição Mas me ensinaram a não jogar pedra em ninguém E a única pedra que eu tenho hoje é meu coração Deus, me desculpa o desabafo Prometo ouvir mais um pouco na próxima sessão É que as consequências 'tão custando caro E eu não sei se eu consigo bancar outra oração