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Luiz Marenco - Enchendo os Olhos de Campo - Ao Vivo lyrics

Artist: Luiz Marenco

album: Isto é Luiz Marenco Ao Vivo - Só Sucessos


Com Valério Teixeira e Bugio Teixeira
Nós fizemos enchendo os olhos de campo
Manhãzita de maio, notícias do céu desabam nas casa
Um angico nas brasas consome sem pressa seu cerno de lei
O meu cusco ovelheiro fareja o suor da xerga estendida
Que descansa da lida e do lombo do baio, seu trono de rei
Outro ronco de mate quebrava o murmúrio da chuva nas telhas
E o baeta vermelha, aberto em suas asas, pingava no chão
Imitando um Sol posto, largava de pouco a luz da janela
Empurrando a cancela, um ventito minuano assobiava no oitão
Pelo olhar da janela, a vista perdia-se pelo campo vasto
Verdejando o pasto, coxilha e canhada até a beira do rio
Um campeirão grande, guardando um silêncio, dormido de pedras
E uma estrada de léguas são partes da história de alguém que partiu
Partiram pra longe, feito tanto do campo, feito tanto do céus
Que por conta de Deus e à procura demais encilharam cavalos
E rumaram pra sempre, deixando o galpão, saudade de um mate
Pra depois, n'outro embate pelear por seu sonho e talvez encontrá-lo
Hoje abro a janela e pergunto pro tempo: Por onde andarão?
Os que aqui no galpão cevaram amargos por conta da lida
E estenderam seus ponchos, baetas vermelhas de almas lavadas
Onde em léguas de estradas, na calma das tropas prosearam a vida
Só o silêncio das pedras e a água da chuva que encharca a mangueira
E uma dor costumeira, saudosa do tempo, me fazem costado
Vejo o angico nas cinzas e o cusco ovelheiro deitado num canto
E encho os olhos de campo, de água e saudade, lembrando o passado
Vejo o angico nas cinzas e o cusco ovelheiro deitado num canto
E encho os olhos de campo, de água e saudade, lembrando o passado
Manhãzita de maio, manhãzita de maio

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