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Luiz Marenco - Gateada Pêlo de Sol lyrics

Artist: Luiz Marenco

album: Pra o Meu Consumo


O gateado apalpou a estrada, bufou e olhou para o chão
O gateado apalpou a estrada, bufou e olhou para o chão
Sentiu a pedra graúda quebrar o casco da mão
O andante bateu na estância, pediu potreiro e galpão
No cinamomo da frente frouxou cinchas e lombilhos
Baixo falava pra dois, segredos dos andarilhos
Suado o pelo gateado
Da Lua copiava o brilho, da Lua copiava o brilho
Nos dias que se vieram encilhou pingos de lida
Tosou chibo, apartou boi, deixou inté cerca estendida
Fez da estância um pastoreio
Pra rondar a própria vida
Fim de dia lhe esperava, cabeça sobre o alambrado
Acariciava o pescoço, curava o casco quebrado
E se a noite era de andar
Miravam o campo prateado
Tarde campeava o galpão com aquele meio segredo
Vinha na soga dos olhos uma ânsia pros pelegos
Buscar na estrada dos sonhos calma pros desassossegos
Calma pros desassossegos
Mal se aprumava a manhã e como campeando o rumo
Bombeava o Sol destapado, que vem do campo do fundo
Via no Sol seu gateado, cruzando em volta do mundo
Cruzando em volta do mundo
Se hoje paro ensimesmado, vendo cruzar sois e luas
E neles a imagem crua do homem e seu gateado
Travada espora de puas
Pra me levar do seu lado
Sempre revejo o andante nestas visagens de infância
Me acompanha a ressonância de um coração estradeiro
Me abriu um caminho inteiro
Dentro das minhas distâncias
O casco sentou no chão numa minguante invernera
Bateu a terra com a mão, caiu geada a benzê-la
Se acendeu contra o oitão, brilho de argolas e estrelas
Brilho de argolas e estrelas
O gateado apalpou a estrada
Bufou e olhou para o chão

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