O Sol caindo num fim de tarde de primavera Formou a cena de dois valentes e uma ameaça De um embate que o cio das fêmeas já anunciava Onde um guerreiro vai contra outro pra honrar a raça Um touro pampa, marca de copa espichou sua sombra Além das patas no chão vermelho do corredor À sua frente um touro osco escondendo o Sol Mandou sua sombra bancar a ponta e ir de fiador Por algum tempo mostraram armas cavando a terra E não froxaram porque um taura nunca se assombra Por sobre o campo dois vultos negros que o Sol formou Só se torearam, pois eram touros e as suas sombras ♪ Por muito menos tocaram adiante o gado manso Abrindo covas, vestindo o lombo de pasto e terra E o mesmo ciclo que faz os touros baterem guampa Faz as novilhas incharem o ventre por esta guerra Pra longe o vento leva em clarins os seus mugidos Que tocam carga enquanto afiam pontas de lança Vai entonado o touro osco bancando a frente E o touro pampa fareja a sombra e então avança Mediram força firmando a cascos cada investida E os dois por conta no mesmo instinto depois pararam Com o Sol caindo ficaram as marcas na flor do campo E as sombras mansas, duas valentes que nem pelearam E um touro assim por ser touro fareja a sombra e se vai E um touro assim por ser touro fareja a sombra e se vai E um touro assim por ser touro fareja a sombra e se vai E um touro assim por ser touro fareja a sombra e se vai