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Luiz Marenco - À Moda de Martin Fierro - Ao Vivo lyrics

Artist: Luiz Marenco

album: Identidade (Ao Vivo)


Aqui me ponho a cantar
No compasso da guitarra
Que o índio que se desgarra
Nunca mais pode parar
Viver é contrapontear na tristeza onde se atola
Sem jamais pedir esmola, nem carinho, nem perdão
Pois abrindo o coração
É que o guasca se consola

E adonde venho respondo
Sou da pampa e do varzedo
Guri criado sem medo
De cobra ou de marimbondo
Eu sei que o mundo é redondo, no seu arrodear sem fim
Índio pobre e mesmo assim me alimento com meu canto
Tantos são donos de tanto
Ninguém é dono de mim
Talvez por ser prisioneiro
Das ânsias e rebeldias
De andar as noites e os dias
Rondando como um tropeiro
Talvez por ser guitarreiro criado sem protocolo
Desde que mamei no colo da mama bugra campeira
Trago a alma prisioneira
Das coisas que vêm do solo
Enquanto houver um paisano
Que ponteie uma guitarra
Enquanto houver uma garra
No lombo de um orelhano
Enquanto houver um pampeano
Guardando o sagrado estilo
Eu hei de seguir tranquilo
Sem galopear não me apuro
Porque quanto mais escuro
Mais claro é o canto do grilo

E quando eu me for, indiada
Não quero mágoa nem choro
Não vai fazer falta um touro
Há tantos nesta invernada
Um Deus te salve, mais nada
Quando souberem, morreu
Já podem saber que eu
Que esbanjei tantos carinhos
Ando a campear nos caminhos
O que eu quis ser e não deu
Ando a campear nos caminhos
O que eu quis ser e não deu

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