Subúrbios invisíveis Tudo o que se perde pra nada ganhar Remédio que não cura gente Mercado de imaginação Somos cabeças cheias de promessa Esperança e algodão Que todo dia recomeça Como se já fosse amanhã Mas se depender dos olhos Da antena pra raciocinar Logo não saberemos mais Para que serve pensar De onde vem o tempo E as horas desse lugar Somos moinho de vento Esperando o tempo cicatrizar De onde vem o tempo E as horas desse lugar Somos moinho de vento Esperando o tempo cicatrizar ♪ Distúrbios tão sensíveis Que da classe média nem dá pra notar Cegueira que embaça a mente Modelo de educação Somos cabeças cheias De esperança, fé em Deus, ilusão Que todo dia recomeça Como se já fosse amanhã Mas se depender da força do sistema Para nos salvar Logo não saberemos mais Para que serve lutar De onde vem o tempo E as horas desse lugar Somos moinho de vento Esperando o tempo cicatrizar De onde vem o tempo E as horas desse lugar Somos moinho de vento Esperando o tempo cicatrizar ♪ Tá tudo meio embaçado, irmão 'Tamo caindo no abismo Achando pisar no chão Fica difícil sacar a real disputa Quando tudo que passa no jornal Me chega como verdade absoluta A propaganda é só ilusão Vos apresento o espetáculo-corrupção Pro povo achar Que só o voto é participação Essa grande mídia Tem que dar informação A opinião sou eu que dou, vê se pode? Só branco apresenta os programa E até o horário é nobre Sem alarde, vivência nem se compara a lattes 'Tamo sim fazendo complô Em meio a raiva que cresce do golpe Meu amor falou: Minha preta, tem que ter estratégia Vencer os comédia, esses tal de comídia Pernambuco dos brabo Não tem rabo preso Ninguém sai ileso dos verso Que não tem cabresto Eu não tenho sinhá nem sinhô De onde vem o tempo e as hora do lugar Que preto nenhum ocupou Sangue nosso no caminho Capitão do mato, zé povinho É tirar o seu da reta Sangue negro no caminho porque Além do genocídio as ferida tão aberta O povo mais brabo e vaidoso em linha reta Nordeste em fúria, é muita injúria Execução de Marielle Franco Os sonho roubado nóis toma de assalto Pra que a dor dos preto Não mais passe em branco Vamo' tirar uma panca Ao invés de lembrar A tal vitória capitalista Tem que ter na memória E no livro de história Que a nossa elite era eugenista Vaticano doado por um fascista Oh meu Pai do céu, me ajude a enxergar Até dói ser tão realista Saber que tanto cristão diz: amai a todos, irmão Mas calam se o preto é executado Só abrem a boca se o preto é cotista De escravo a pobre trabalhador De raça inferior a vitimistas Século XXI e branco insistindo em ser neonazista Fazem rebuliço só de pensar Que Jesus podia ser negro Que dirá uma preta contrariando estatística Falando poesia marginal Afrontando a literatura elitista Quero preta no padrão de beleza Mas goela abaixo nos enfiam certezas Mercado de imaginação Se for empresário tudo pode Até vender carne podre pra população Se pá fraudar patrimônio histórico em leilão Bell Puã vai mandando a rima Deixo um salve para mano China Que os fatos eu possa entender Mesmo quando a TV Me fizer companhia Que o sonho americano não seja O pior pesadelo da América Latina Respeita as mina