Na ordenança do céu, cometas de artifício Balbuciando batéis, antecipam o precipício Adarro, descrião, asas nos céus de Bagdá No chão de Monte Santo uma mágoa e Carajás Quem cala consente, quem cala consome A boca banguela que mastiga a própria fome Setecentos meses, sete mil tentáculos infames Tem a besta da miséria que te chama pelo nome Como a dança da serpente na areia quente É baião, dança ao ritmo indigente A esfaima da multidão Dança, dança do ventre vazio de amor e pão E quem dança os pés de outro No baile da escuridão Quem vive no calabouço não conhece a claridade E quem envelhece tão moço não sabe o que é flor da idade Se gravata não é forca, carro forte é liberdade Se Calixto fosse Cristo, e se Cristo fosse Castro Saudade seria coito, concreto seria pasto Pra saciar a humanidade Pra saciar a humanidade ♪ Na ordenança do céu, cometas de artifício Balbuciando o Badejo, antecipam o precipício Ataúdes criam asas nos céus de Bagdá O chão de Monte Santo, uma mágoa e Carajás E quem cala consente, quem cala consome A boca banguela que mastiga a própria fome Setecentos vezes sete mil tentáculos infames Tem a besta da miséria que te chama pelo nome Como a dança da serpente da areia quente é baião Dança o ritmo indigente, a esfaima da multidão Dança, dança do ventre vazio de amor e pão E quem dança os pés de outro no baile da escuridão Quem vive no calabouço não conhece a claridade Quem envelhece tão moço não sabe o que é flor da idade Se gravata não é furga, carro forte é liberdade Se Calixto fosse Cristo, e se Cristo fosse Castro Saudade seria coito, concreto seria pasto Pra saciar a humanidade Pra saciar a humanidade Pra saciar a humanidade