Sem notar A cada recusa, um fim Sinto atrofiar Cada curto espaço em mim O tempo leva o que eu quis Só que eu fico aqui Percebo, bebo gotas do que restou Mas algo me chama e eu vou Volto a ser vulnerável Como um veleiro em meio ao vento E os anseios teus Se misturam logo aos meus Tudo o que ancorava o barco E o deixava pra trás Se desfaz Respiro Tiro o dever de saber Me sobra a paz Que é incapaz de doer Vejo chão, terra, firmamento, mar Todos vão me fazer lembrar Que o recomeço vem O peito frio, oco de alguém Cálido vai despertar Abre espaço, deixa vir O mínimo impulso vai te conduzir O fogo vem Deixa queimar