Era uma cidade como outra qualquer Mas seu povo era incomum Ninguém queria ser feliz Não havia nem uma conversa sequer Não havia encontro algum Sem duelos febris "Não tenho tempo nem pra respirar" "E eu que moro além mar?" "Mas eu estou tão doente, cansado, pobre, carente" "Ao menos não lhe falta ar!" Porém um notável cidadão acordou Desse feitiço atroz Logo tudo percebeu Viu em toda essa gente que observou Olhos ouvidos e voz E uma alma que morreu E viu que toda essa competição Pra mostrar quem sofria mais Não era mais que uma ilusão De querer apreço às custas da paz Resolveu se revoltar Preparou as armas Convocou comparsas Disse a eles como acordou Tomaram a cidade E a comunidade De uma ponta à outra se assustou A marcha foi se avolumando E quando ouviram o comando Soltaram tudo: tá tá tá tá! Os duelos tiveram fim, então Foram dizimados por balas de gratidão