Lembra os dias antigos Em que cantavas a pureza Na nudez dos teus passos e gestos Ou dançavas na inocente vaidade Ao som dos babadok. Relembra as trevas da tua inquietação E o silêncio das tuas expectativas, As chuvas, as memórias heróicas, Os milagres telúricos, Os fantasmas e os temores Tenta lembrar a herança milenar dos teus avós Traduzida em sabedoria E verdade de todos Recorda a festa das colheitas A harmonia dos teus ritos, A lição antiga da liberdade, Filha da natureza. Recorda a tua fé guerreira, A lealdade, E a ternura do teu lar sem limites, Nos caminhos do inesperado Ou no improviso da partilha definitiva. Lembra pela última vez Que a história da tua ancestralidade É a história da tua Terra Mãe...