Já deu meia noite no sertão mineiro Som de chuva mansa, gado no terreiro Uma moça canta e chama seu parceiro Pra jogar um verso, pra rezar um terço Pra louvar cantando, seis de janeiro Na sala, o presépio é o mundo inteiro Os bicho do mato, boi e o carneiro Tem um jumentinho, têm os três reis magos Um anjo brincante, uma estrela guia Tem ouro, incenso, bom senso e mirra É missa do galo lá no povoado Vem gente de longe caminhando a pé Vem de todo lado gente a cavalo Vem pagar promessa, vem cumprir a fé Saudar o Deus menino, rei de Nazaré ♪ Nunca me esqueci dos teus olhos negros Dos teus dentes claros, dos nossos segredos Da missa do galo lá no povoado Guardados comigo no meu sentimento Perdidos no tempo do sertão mineiro