Salvê
Tamo ainda aí navegando sem remo
Dentro de um barco que ninguém sabe aonde vai chegar
Ou se vai chegar
Entramos nessa guerra sem armamento sem colete a prova de bala
Sem fardamentos ou fuzil
Dando a cara pra bater
Rodeado de uma pá de zóio gordo
Mandando nóis parar
Dizendo que não adianta protestar
Que nossa causa já ta perdida
O mundo onde nois vive sempre foi assim e não vai mudar
Mas aí sangue bom, nossa meta nunca foi uma só
Nóis quer tirar os irmãos do veneno da pedra e do pó
Da escuridão da ignorância
Nóis quer levar uma luz
P'ros mano que corre sem esperança
Levar uma palavra de fé
P'ros mano que estão guardado sem liberdade
A mina diante dos catorze é mãe solteira
Pra mãe que enterrou seu filho
Sem saber quem foi o canalha que atirou pelas costas
Do lado de cá da barricada
Tem uma pá de irmão e irmã que trinca e acredita
Irmãos e irmãs que tão aí p'ra somar caminhando pelo o certo
Se dedicando pro nosso corre
Conformados também
Tão aí, de pé, com o ódio estampado na cara
De tanto tropeção de tanto pé de beck que te oferece só o pior
Eu nunca quis entrar nessa guerra, sangue bom
Pois quando se dá a entrada me deram promessas
Mas nunca me deram os termos do combate, tá ligado?
Onde o pobre fica sem estudo, sem moradia e sem educação
Nos cantos extremos dessa cidade
Nois nasce, cresce, paga as conta, deita e morre, tio
Enquanto a elite fica com a fatia maior do bolo
Nosso campo de batalha é esse aqui ó
São Paulo, America Latina, Brasil
Espero que chegue até onde você está e amoleça seu coração
Espirre dentro dele, a chama da mudança, da revolução
Seja qual for a tua quebrada Leste Oeste Norte Sul centro
Olhe pro teu lado aí jão, perceba teu aliado de dar tiro de fuzil p'ra apertar a mão do teu irmão
Nosso inimigo ta aqui não, tá fora do pais, gastando nosso dinheiro
Tá na europa, tirando lazer
Acorda aí mano! Enquanto a gente ta aqui se afundando em drogas, tretas, banalidades de televisão e os caralho a quatro
Eles se fortalecem, fazendo novos planos p'ra a gente continuar se matando
O sistema não descansa, parceiro!
É necessário reforçar nossas correntes
Somos todos iguais, formando uma família
Contra as desigualdades e as maldades do mundo
Carrega os peitos de ideia, mano
Aponta p'ra cara dos lóki, e descarrega
Quando um favelado vence, vários outros também vencem essa batalha
Onde pá vem a ideia que a gente tá te dando
Força, paz e consciência
É pela a rua do protesto à resistência
Há Há Há
É pela a rua do protesto à resistência
Há Há Há
É pela a rua do protesto à resistência
Há Há Há
É pela a rua do protesto à resistência
Há Há Há
Então sociedade já não encontramos mais
Razão p'ra prosseguir te deixando viver em paz
Quem nos ensinou a saquear dos teus
P'ra por no pratos dos meus, foi o europeu
Só que não previu que sequestrar se respeito nem ética
Índios e negros de sua terra
Só teria como resultado o teu presente transformado em guerra
Com louco armado correndo em encontro do teu pescoço
Como um leão que busca a presa pro teu almoço
Eu preferí não ser mais um playmobil
Igual a muitos, dando fuga nas rocans ou na civil
Por pano louco, ou por cordão no meu pescoço
Assinante do atestado de derrota
Todo furado na maca depois da fuga frustrada da rota
Nos cantos extremos desta cidade
Vejo mães com tuas famílias passando necessidade
Mano buscando alternativas pro futuro dos teus filhos
Ou p'ras panelas vazias, este é o resultado de uma falsa divisão dos lucros
Que só fez mais túmulos do que criança
Completando teus estudos
Enquanto aqui dos becos aos púlpitos, vejo os corruptos
Putas e putos tirando teus lucros
Enquanto poucos lutam, vejo mais túmulos
Do que crianças completando teus estudos
Dos becos aos púlpitos vejo os corruptos
As feridas abertas da terra do carnaval
Não entraram na pauta do jornal nacional
Opinião pública vê e manipula a verdade
Você não vê na tv a deplorável maldade
Que é ver pivete de sete fumando pedra a vontade
Na luz do dia ou da lua, o crack é o dono da rua
Domina o pobre e dá lucro p'ra burguês
Que fica rico com o luto de mais uma dona maria
Meninas perdem a infância, e tua integridade
Nas ruas da crackolândia, antes dos quinze de idade
Vivendo as margens da sociedade
Nega p'ra eles a escola, a alimentação e abrigo, e dá febém como amigo
Moleque cola do lado, vocês sobem o vidro
Pois tá ligado, né? que tá correndo perigo
O triste retrato da guerra não declarada civil brasileira
Está mascarada por trás do futebol, na capa do jornal
Onde o resultado do apartheid social, é a grande maioria
Vivendo abaixo da linha da pobreza
Sem educação, e nem ao menos a garantia de ter comida na mesa
Enquanto alguns poucos ganharem com a derrota da massa
Ainda vai ter sangue manchando os bancos dos astras
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