Emigrante! Vem devagar por favor! Temos muito tempo para lá chegar. E depois, lá diz o velho ditado: "Mais vale um minuto na vida, Do que a vida num minuto." Passou-se no mês de Agosto Este drama tão cruel, De um emigrante infeliz Foi tanta a pouca sorte. Na estrada encontrou a morte, Quando vinha ao seu país Do trabalho veio a casa. Preparou a sua mala E partira da Alemanha. Mas seu destino afinal Acabou por ser fatal, Numa estrada em Espanha. Dizem aqueles que viram Que ele ia tão apressado, A grande velocidade. Foi o sono que lhe deu O controle ele perdeu Desse carro de maldade. Trazia na sua mente Ir ver o seu pai doente, Que estava no hospital Na ideia um só pensar O seu paizinho beijar Ao chegar a portugal. Mas tudo foi de repente. Pertinho de Benavente O drama aconteceu. Ele vinha tão cansado, De tanto já ter rolado E então adormeceu. Nada podendo fazer Num camião foi bater E deu-se o choque frontal. Seu carro se esmagou E desfeito ele ficou No acidente mortal. Ele não vinha sozinho, Trazia também consigo Sua mulher e seu filhinho. Sem darem conta de nada E naquela madrugada Morrem os três no caminho. Quando a notícia chegou, No hospital alguém contou O desastre que aconteceu. Seu pai que tanto sofria Nunca mais o filho via Fechou os olhos morreu! Emigrantes oiçam bem: Não vale a pena correr, Porque pode ser fatal. Venham todos devagar Há tempo para cá chegar E abraçar Portugal!