Das terras distantes Do alto sertão sergipano Uma bruxa cangaceira nasce Imergindo em meio ao caos E fogo que caiu do céu Após o apocalipse que cortaram As cabeças dos nossos cangaceiros E com sangue e barro Padim Ciço deu sopro de vida Às travecas cangaceiras Elas cresceram E se espalharam igual a fome E a peste que assolam o meio-dia Do nosso sol escaldante A princípio Viviam apenas escondidas em suas tocas Mas aprenderam com o Sete Lagoa A usarem seu punhal mestre Que reluzia na luz do luar Agora elas saíram de suas tocas a luz do dia E se tornaram as netas das bruxas Que vocês conseguiram queimar Talvez também nos queimem Mas continuaremos a nos espalhar Como a mortandade da meia-noite Iremos nos modificar Igual as nossas ancestrais Iremos criar os nossos clãs Para permanecermos vivas Iremos gritar pela nação O Nordeste sempre carregou Esse país nas costas mesmo Morte ao patriarcado Morte ao governo que pagou este disco Cortem as cabeças e seus buchos Pois não iremos mais morrer igual a bichos