Quando eu for pra cidade, o mundo há de esticar Tão grande que vai caber no peito. Quando eu sair daqui, o medo há de acabar Terei enfim encontrado meu jeito. Vou deixar saudades pra trás acompanhado pela solidão, Rasgar as estradas rurais e as memórias daqui do sertão. Pó se espalha no ar, pó pr'onde hei de voltar, Estrelas são companhia com seu eterno pulsar Sou canção do pó, Sou canção de estrada Quando cheguei na cidade, o tempo deu de acelerar Tão curto ele começava, já iniciava acabar. Quando parei aqui, só possuía um olhar, Assustado diante do rio, pensando que fosse o mar. Ontem me julgava ilha, hoje gota no oceano, Parte da massa caipira caída no inferno urbano. Nos olhos uma oração, nas veias novenas, novilhas. Quem sou eu? Quem é minha família? Os poucos da nossa matilha! Sou canção do pó Sou canção de estrada Eu, enfim, Descobri: ter paz é ser feliz . Ter paz é ser feliz Ter paz é ser Feliz...