O professor de português Empolgou-se na lição Tropeçou caíu ao chão Quase partiu o pescoço Como aquele sábio grego Que de tanto olhar o céu Caíu dentro dum poço O professor de português Falava de natação Dos poemas de Camões Eu vi toda a epopeia Senti o cheiro ao mostrengo Cheirava a sal e a trovões E a desgostos de sereia Mas eu quero-lhe dizer Um segredo verdadeiro Até o Stör caír Os livros não tinham cheiro E eu que não tinha atenção Era uma nota sofrível Senti vivo o predicado Dentro do meu coração Saltei subí de nível Fiz-me sujeito acordado No centro da oração Ó meu caro professor Eu quero-lhe agradecer Ter ganho o meu nariz Nele vou a toda a parte É uma força motriz Vou a Roma e a Paris Vou à Lua e vou a Marte Ó meu caro professor...