Se todos os desejos fossem medos E todos os teus gritos vagabundos E todos os teus gestos só enredos De uma novela fora deste mundo Se todos os teus choros fossem raiva E os dedos fossem pontas de navalha Os olhos, de repente, a luz que crava A lança quando o coração te falha Se a luz do teu sorriso fosse fogo E o som da tua voz fosse um punhal Que brilha ao escuro na Hora do Lobo Quando um suspiro sopra um vendaval Espero por ti Na Hora do Lobo Quando as nossas sombras são iguais Espero por ti Na Hora do Lobo Se estamos juntos não somos demais Se todos os teus passos fossem grandes Correndo todo o mundo num só salto E os braços fossem asas esvoaçantes Da Águia que vigia lá no alto Se todas as fraquezas fossem forças Daquelas que rebentam as muralhas Que crescem pelo meio das tuas rotas E que te põem dentro das batalhas Se toda a tua vida fosse tua E o teu destino fosse teu refém Se a Terra toda fosse a tua rua E a tua rua fosse de ninguém