Dito Em tua voz Que as minhas mãos Colheram Devagar. Escrito Quando a sós Tudo disseste Quase Sem falar. Foi um palco Vazio A acontecer No frio Que se ergueu Dentro de nós. Uma distância O mar Que se estendeu A separar da minha A tua mão. Inteiro A anunciar A solidão Dos dias Por nascer. À chuva a reviver As pedras E os rios E os luares. Os nomes Que vestiam Os lugares E os sonhos Repartidos Que não fomos. A coragem Nascida De aceitar A verdade de ser O que hoje somos. Vivo Na roseira Despida No silencio Do jardim. Ainda na cegueira Das asas de uma ave Que há em ti. Foi um tempo De amantes A aprender Que não deve esquecer-se O verbo amar. Ou um inverno Apenas A perder-se Da primavera Do primeiro olhar.