Quando eu dormia a casa ardeu Incauto o meu sonho aqueceu E o ser vago deixou o ser Na vaga de fogo só o vago soube viver E o céu curvou-se para tocar o chão Abjeto, o teto foi de arrastão E preso, rebaixo-me à sina de um corcunda Talvez se o teto cair a cura seja fecunda Talvez se o teto cair a cura seja fecunda Amor, sabes tão bem que passaste ao lado E a minha morte não importa se há futuro no teu passado Mas deixo a ausência para a vida que não se quis Foi de cacos que eu me fiz Fui jogar póquer com os chacais Por mesa o gozo dos demais E a tua lógica de queimar tudo sem certeza Só não deita fogo à ruína desta mesa Dizes que a razão está fora de moda E que tens a paz que não tens à boleia de uma foda E de inteiro já só tens o meu sofrer Amor, antes de ganhar tens de saber perder Amor, antes de ganhar tens de saber perder Amor, sabes tão bem que passaste ao lado E a minha morte não importa se há futuro no teu passado Mas deixo a ausência para a vida que não se quis Foi de cacos que eu me fiz O escuro da vontade Fez-se luz por compaixão Muros de quatro acordes são Cabelos de Sansão O escuro da vontade Fez-se luz por compaixão Muros de quatro acordes são Cabelos de Sansão De Sansão De Sansão A casa está a arder Mas ninguém se incendiou Mais uma volta Mais uma volta Foi de cacos Foi de cacos