É isso aí É a música popular brasileira, meus amigos No rancho fundo Bem pra lá do fim do mundo Onde a dor e a saudade Contam coisas da cidade No rancho fundo De olhar triste e profundo Um moreno canta as mágoa Tendo os olhos rasos d'água Pobre moreno Que de tarde no sereno Espera a lua no terreiro Tendo um cigarro por companheiro Sem um aceno Ele pega da viola E a lua, por esmola Vem pro quintal deste moreno Serra da Boa Esperança Esperança que encerra No coração do Brasil Um punhado de terra No coração de quem vai No coração de que vem Serra da Boa Esperança Meu último bem Parto, levando saudades Saudades deixando Murchas, caídas na serra, lá perto de Deus Oh, minha serra, eis a hora do adeus Vou-me embora Deixo a luz do olhar no teu luar Adeus Levo na minha cantiga A imagem da serra Sei que Jesus não castiga Um poeta que erra Nós, os poetas, erramos Porque rimamos também Os nossos olhos nos olhos De alguém que não vem Serra da Boa Esperança, não tenhas receio Hei de guardar tua imagem Com a graça de Deus Oh, minha serra, eis a hora do adeus Vou-me embora Deixo a luz do olhar no teu luar Adeus É isso, música popular brasileira