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Silvio Caldas - Cabelos Cor de Prata/Pierrot/Serenata do Adeus - Ao Vivo lyrics

Artist: Silvio Caldas

album: No Palco! (Ao Vivo)


Meus amigos, muito obrigado (ô Silvio)
Meus amigos, vai lá meu jovem (chão de estrelas, chão de estrelas)
À noite é uma criança, à noite é uma criança (chão de estrelas)
Mas vejam vocês o seguinte (eu vim de longe)
Ô meu querido, vai ouvir, deixa comigo
(Chão de estrela) vai sair, se incomode não
E muito mais ainda
Meus amigos, este violão que está aqui
Tem uma história que toca profundamente à todos nós Brasileiros
Saiu comigo este violão, saiu comigo do Brasil
Direto a Roma, de Roma ao Egito, ao Cairo
E no Cairo atravessamos o canal de Suisse
E entramos no Egito conduzidos por um major do exercito Brasileiro
E fomos pela faixa do deserto do Sinai, a famosa faixa de gaza
São 382 quilômetros, para nos juntarmos ao grande batalhão Suez
Que nos honra muito, muito obrigado, muito obrigado
E então acontece o seguinte, tem aqui uma placa neste violão
Que cês'estão vendo com as armas da república e com um texto
De próprio punho que diz: Ao grande seresteiro do Brasil, Silvio Caldas
Homenagem de Juscelino Kubitschek (grande homem)
Presidente senhor Juscelino, muito bem, muito bem
O presidente Juscelino me deu este violão, dá licença
Me deu este violão e a passagem e não me deu nada mais
Nem eu quis, nem fiz para ganhar nada mais
Porque eu já havia feito a segunda guerra
Numa organização Americana que chamava-se USO
E nós vinhamos as fronteiras cantar para os soldados com
Todos os povos, com Americanos, com Italianos, com Franceses, com tudo
Então, eu então me lembrei que fiz essa viagem pro presidente
Fui a Rafah, Gaza, Porto de Arca, Mar Vermelho
Ali no Mar Vermelho, Jerusalém até Telavivi tive em tudo aquilo lá
Bom, fui até Beirute
Eu quero dizer pra vocês uma coisa e é bom que se diga
Eu fui amigo de todos os presidentes, até o Presidente José Sarney que tá aí
Não sou funcionário público, não tenho cartório
E nunca pedi favor pra político nenhum
Não é que eu seja, queira ser melhor que os outros
É que eu nasci assim, eu vou morrer assim, entende?
Ah, o Silvio podia tá milionário, eu digo: Estou
De saúde, de paz, de felicidade e de amigos com esta voz que Deus me deu
Meu pai não gastou dinheiro em livro, nunca cursei faculdade, nada
Talvez até não pudesse arcar com muito cargo que eles queriam me dar
Por falta de cultura da minha parte
Então acontece que também tem outra coisa, cigarro não marca ponto
Eu não ia ficar dentro dum escritório sentado de jeito nenhum
E quando eu pego este violão, meus queridos, eu me lembro muito do JK
Porque ele além de pé de valsa, como chamavam ele carinhosamente
Ele era também, sabe o quê? Um grande seresteiro
Ele era um grande seresteiro
Meus cabelos cor de prata são beijos de serenata
Que a Lua mandou pra mim
Os meus cabelos grisalhos são pingos brancos de orvalho
Num tinteiro de nanquim
Esses meus cabelos brancos que hoje estão da cor dos bancos
Solitários de um jardim
Já sentiram muitos dedos e ouviram muitos segredos
Que elas contavam pra mim
Se hoje estão desbotados é porque foram beijados
Com muito amor e emoção
E os beijos foram tão puros que os meus cabelos escuros
Estão da cor do algodão
Eu fiz tanta serenata que a Lua, desfeita em prata
Mandou mil beijos pra mim
E os beijos foram tão puros que os meus cabelos escuros
Ficaram brancos assim
Há sempre um vulto de mulher sorrindo
Em desprezo a nossa mágoa
Que nos enche os olhos d'água
Pierrot, Pierrot
Teu destino tão lindo é sofrer
É chorar toda a vida
Por amor do amor, de alguém, de alguém
Arranca a máscara da face, Pierrot
Para sorrir do amor que passou
Deixar de amar não deixarei
Porque o amor feito saudade
É a maior felicidade, aí a Lua que no céu surgiu
Não é a mesma que te viu nascer dos braços meus

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